"Peregrinos de Esperança"

Letra (italiano): Pierangelo Sequeri
Letra (português): Pe. Antônio Cartageno
Música: Francesco Meneghelo

Chama viva da minha esperança,

este canto suba para Ti!

Seio eterno de infinita vida,

no caminho eu confio em Ti!


Toda a língua, povo e nação

tua luz encontra na Palavra.

Os teus filhos, frágeis e dispersos

se reúnem no teu Filho amado.


Deus nos olha, terno e paciente:

nasce a aurora de um futuro novo.

Novos Céus, Terra feita nova:

passa os muros, ‘Spirito de vida.


Ergue os olhos, move-te com o vento,

não te atrases: chega Deus, no tempo.

Jesus Cristo por ti se fez Homem:

aos milhares seguem o Caminho.

Pai que estás nos céus,


a fé que nos deste no


teu filho Jesus Cristo, nosso irmão,


e a chama de caridade


derramada nos nossos corações pelo Espírito Santo


despertem em nós a bem-aventurada esperança


para a vinda do teu Reino.


 


A tua graça nos transforme


em cultivadores diligentes das sementes do Evangelho


que fermentem a humanidade e o cosmos,


na espera confiante


dos novos céus e da nova terra,


quando, vencidas as potências do Mal,


se manifestar para sempre a tua glória.


 


A graça do Jubileu


reavive em nós, Peregrinos de Esperança,


o desejo dos bens celestes


e derrame sobre o mundo inteiro


a alegria e a paz


do nosso Redentor.


A ti, Deus bendito na eternidade,


louvor e glória pelos séculos dos séculos.


Amém

Na última noite de Natal, o Papa Francisco abriu a “Porta Santa” da Basílica de São Pedro, no Vaticano, dando início o Jubileu Ordinário de 2025. A cada 25 anos a Igreja celebra um Jubileu Ordinário para festejar o Mistério da Encarnação, isto é, a presença humana e divina de Jesus Cristo no mundo. Esta tradição começou no ano de 1300 e a iniciativa foi da espiritualidade popular. Como foi uma iniciativa frutuosa, ela se tornou uma tradição que conta com 725 anos.  


A inspiração de celebrar jubileus vem do mundo bíblico. Lá está prescrito que deveria ser celebrado a cada 50 anos. Era um tempo propício para recordar o sonho cultivado durante o Êxodo, isto é, ter uma terra e construir uma sociedade com igualdade social, justiça econômica, fraternidade e de paz. Enfim, deveria ser um ano propício para provocar mudanças restabelecendo o bem comum, a justa convivência das pessoas e a comunhão com Deus.  


Os ideias e sonhos de todo Antigo Testamento foram vividos e confirmados nos ensinamentos de Jesus Cristo. O Ano Jubilar reafirma, com mais intensidade, que todos os que creem em Cristo nunca podem esquecer ou relativizar este grandioso plano de Deus de construir uma sociedade a partir do amor a Deus e ao próximo, pois o “amor é o vínculo da perfeição” (Colossenses 3,14). Todas as mudanças espirituais e sociais causam alegria e devem ser motivo de júbilo. Pois, jubileu significa extrema alegria, grande sensação de felicidade. Jubileu sempre se refere à alegria que brota a partir do bem feito por causa de Jesus Cristo. 


Normalmente, o Ano Jubilar tem um lema. O lema escolhido foi Peregrinos de Esperança. Na Bula de proclamação do Jubileu, o Papa Francisco explica porque foi escolhido o tema da esperança. No coração de cada pessoa está presente o desejo e a expectativa do bem, mesmo diante de um futuro imprevisível. Quando olhamos para o mundo brotam sentimentos contrapostos: “desde a confiança até o medo, da serenidade ao desânimo, da certeza à dúvida […] há pessoas desanimadas que olham para o futuro com ceticismo e pessimismo, como se nada lhes pudesse proporcionar felicidade” (n.1). Considerando a realidade mundial, a Igreja propõe uma palavra de esperança fundamentada na Carta ao Romanos 5,1-2.5, que afirma que “a esperança não decepciona”. Ela “nasce do amor e funda-se no amor que brota do coração de Jesus trespassado na Cruz” (n.3). 


O Papa também deseja que o Jubileu “possa ser, para todos, um momento de encontro vivo e pessoal com o Senhor Jesus, “porta” de salvação (cf. Jo 10,7.9); com Ele, que a Igreja tem por missão anunciar sempre, em toda a parte e a todos, como sendo a “nossa esperança” (1 Tm 1,1) (n.1). 


Na Arquidiocese de Passo Fundo a abertura do Ano Jubilar será no dia 29/12/2024, às 9h, na Catedral, com a celebração eucarística. Uma atitude fundamental no Ano Jubilar é a peregrinação, é o desejo de caminhar conduzidos por Jesus. O Rito de Abertura começa com uma procissão que iniciará no pátio da Gare indo até a Catedral, após esta oração inicial. “Ó Pai, esperança que não decepciona, princípio e fim de todas as coisas, abençoai o início da nossa peregrinação atrás da cruz gloriosa do vosso Filho neste tempo de graça; curai as feridas dos corações dilacerados, soltai as correntes que nos mantêm escravos do pecado e prisioneiros do ódio e concedei ao vosso povo a alegria do Espírito, para que caminhe com renovada esperança em direção à meta desejada, Cristo, vosso Filho e nosso Senhor. Ele que vive e reina pelos séculos dos séculos”.


Dom Rodolfo Luís Weber
Arcebispo de Passo Fundo (RS)